Voltando a postar depois de um bom tempo, vou botar aqui um texto de minha autoria, e que na minha medíocre opinão está bem interessante.
A privacidade está deixando de fazer parte do cotidiano da população urbana. Com os avanços da tecnologia não apenas os meios, como também os princípios para conseguir a informação se modificaram. Câmeras estão por toda a parte, nada passa despercebido, sempre existe alguém com um celular na mão, pronto para tirar uma foto, que pode ser lançada rapidamente na internet e em questão de segundos todo o mundo tem acesso à imagem. A privacidade acaba aí.
Na prática da atividade jornalista, a tecnologia pode tanto ajudar como atrapalhar a vida do jornalista. Estamos em uma nova era, a da tecnologia, como muitos dizem vivemos uma revolução que é chamada de Revolução Tecnológica. O jornalismo também entra em uma nova era, as práticas antigas estão morrendo rapidamente. O mundo está em constante adaptação assim como tudo em sua volta. Somos escravos da tecnologia, dependentes dela.
Por mais que seja contra os padrões da ética e da moral, tudo o que acontece pode virar notícia. Sendo assim, o significado da ética já é outro. Ao revelar uma informação sem o consentimento de seu emissor, mesmo que tal informação não seja de interesse público, está ocorrendo algo antiético para os padrões velhos, mas não para os atuais. A ética é estipulada pela sociedade, e a sociedade atual diz que ocorridos como o do exemplo citado acima podem até ser imorais, porém todos sabem que se um meio não divulgar os fatos, outros irão. Não adianta eu ser ético e ter a minha consciência limpa, se todos ao meu redor estão agindo diferente. Por este lado, artefatos como a câmera escondida, são instrumentos imprescindíveis na vida de um jornalista que deseja se destacar, e conseguir a informação a qualquer custo. Ter um bom texto não basta se ele é fraco de conteúdo.
Após lerem isto muitos podem pensar então que a ética no jornalismo não existe mais, que tudo é possível e nada é ilegal, não. Os fatos acontecem divulgar eles é papel do jornalista. Mas assim como é muito fácil ter acesso aos acontecimentos, também é muito fácil distorcê-los, fotos, vídeos, áudio, tudo pode ser editado e modificado conforme a vontade do veículo de informação que vai divulgá-los, e isto sim é antiético. Divulgar as informações como elas de fato ocorreram não é falta de ética, devemos aprender a viver com uma privacidade limitada. Porém divulgar os fatos de forma destorcida, isto sim vai contra qualquer valor ético e moral, e deve ser evitado, e digno de punição quando ocorrido.
Tem os que dizem que antigamente o mundo não era assim, havia mais valores, e as pessoas os respeitavam. Fazendo uma comparação com o passado posso analisar que o mundo era tão ou até mesmo mais corrupto e falso que o de hoje. Não havia câmeras escondidas, meios de comunicação em massa com a participação em tempo real de qualquer pessoa como a internet, velocidade ao falar com os outros seja em qual for o lugar, podendo ter até mesmo trocas de texto, imagem e vídeo como podemos fazer nos dias de hoje utilizando um aparelho celular. Pela inexistência de tais artefatos tecnológicos, não era possível ter acesso aos dados que temos hoje, por isso não era possível saber de muitas coisas que aconteciam. E deixando a ingenuidade de lado, com certeza aconteciam muito mais coisas do que podemos imaginar.
Por outro lado, não vamos pensar que pelo fato das pessoas serem facilmente vigiadas, elas acabam se intimidando e deixando de fazer atos que vão contra os valores da sociedade. As pessoas apenas têm mais trabalho hoje para serem corruptas do que antigamente. Um ladrão não vai deixar de roubar um banco apenas por que este é vigiado por câmeras de segurança, ele vai apenas dar um jeito de burlar o sistema de segurança para alcançar o seu objetivo. De fato existe mais chance do ladrão ser pego por isso a tecnologia deve ser vista como aliada. Ela não é a solução para os problemas, mas sim uma ferramenta que auxilia para a busca de possíveis culpados.
